Aluna: Helena Decker Sardinha - 2012-1

          O curso Oficina da Palavra além de ampliar minha visão sobre a escrita, aumentou a qualidade de meus textos. A prática de um texto por semana ajudou nesse fatores também. As aulas sempre dinâmicas abordavam o conteúdo e nos faziam refletir buscando sempre um novo argumento que se distanciasse dos clichês. Com certeza o curso acrescentou muito na minha preparação para o vestibular, foi um fator crucial para garantir a minha futura aprovação.Helena Decker Sardinha - vestibulanda_________________________________________________________________ Era uma vez um frango chinês. Não! Chinês não! Nada era “Made in China” no Brasil na história que eu vou contar. Voltemos a 1880, no interior paulista, onde uma tradicional família da elite cafeeira descansava na sala próxima à varanda de sua casa. A mulher cuidava das crianças, enquanto o marido terminava de ler um telegrama.“Mas não é possível!”, exclamou o homem, “A cada dia que passa mais dos nossos para o lado deles!”. A mulher na tentativa de acalmá-lo pontuou: “Eles só estão lutando pelos seus direitos”. Furioso, ele retrucou: “Que direitos, mulher? Eles não são iguais a nós! Você não entende?!”. E assim a discussão continuou. Nos últimos tempos as tardes dessa família não tinham sido muito diferentes.As leis e lutas abolicionistas realmente estavam afetando a estrutura emocional e econômica dos grandes cafeeiros do país. O medo de grandes rebeliões, da baixa produtividade e da queda dos lucros rodeavam os piores pesadelos de homens que viam frente a frente os direitos que os negros conquistavam. O objeto estava se tornando sujeito, e o problema é que o sujeito exerce poder sobre o verbo. Agora, os negros podiam agir livremente.Para que sua fazenda não parasse, o homem começou a usar mão de obra imigrante. Mas não era a mesma coisa. Os negros eram muito mais fortes e ágeis. Oito anos mais tarde foi decretada a Lei Áurea, determinando o fim da escravidão. O homem ficou mais furioso ainda. A mulher cansada daquela vida, fugiu com os filhos para Salvador. O homem morreu de tristeza. As terras ficaram abandonadas e, anos depois, foram compradas pelo Barão de Mauá. 

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04 - Só dez por cento é mentira: a desbiografia oficial de Manoel de Barros.

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Aluna: Bruna Eduarda Civeira - 2011-2